novo ano à vista

Fotografia de EA in www.olhares.com

Chega ao fim mais um ciclo de 365 dias que preenchem o calendário de mais um ano. Este ano, como todos os outros, está replecto de memórias, de crescimento, de progressos, de inovações, de descobertas, mas também de alguns enganos, de erros, de crueldades, de injustiças. No entanto quero acreditar que há um sentido maior que prevalece, que nos diz que vale a pena continuar a sonhar, e ainda mais, que vale a pena arriscar os nossos sonhos, que eles têm uma razão de ser, que é isso que faz o mundo continuar a girar, mesmo que às vezes seja mais devagar do que desejariamos. Claro que todos nós temos um papel importante neste girar do nosso mundo, todos nós temos a responsabilidade em mãos e é este compromisso que devemos respeitar e cumprir para que o próximo ano possa ser um pouco melhor do que o anterior... Nesta época do ano torna-se quase inevitável repensar as nossas atitudes, comportamentos e pensamentos, chega a nostalgia do que passou, do que foi e do que poderia ter sido. Esboçam-se novas estratégias e afinam-se as prioridades... afinal já passou mais um ano e no final já somos um bocadinho diferentes daquilo que éramos no início do ano, muita coisa aconteceu, novas pessoas surgem na nossa vida enquanto que outras saem sorrateiramente, descobrimos novos interesses, novas qualidades e habilidades, percebemos um pouco melhor do que se passa à nossa volta e percebemos qual o nossso contributo para o mundo, para a sociedade, para os que estão mais próximos de nós e para aqueles que não conhecemos... Claro que surgem novas dúvidas, novos desafios que irão continuar a moldarnos ao longo do ano que se aproxima! Assim resta-me desejar a todos um excelente ANO NOVO, que consigam realizar os vossos sonhos e se se realizem pessoalmente!

Cinderela

Eles dão duas crianças
a viver esperanças, a saber sorrir.
Ela tem cabelos louros,
ele tem tesouros para repartir.
Numa outra brincadeira
passam mesmo à beira sempre sem falar.
Uns olhares envergonhados
e são namorados sem ninguém pensar.

Foram juntos outro dia,
como por magia, no autocarro, em pé.
Ele lá lhe disse, a medo:
'O meu nome é Pedro e o teu qual é?'
Ela corou um pouquinho
e respondeu baixinho: 'Sou a cinderela'.
Quando a noite o envolveu
ele adormeceu e sonhou com ela...

Então
Bate, bate coração
Louco, louco de ilusão
A idade assim não tem valor.
Crescer
vai dar tempo p'ra aprender,
Vai dar jeito p'ra viver
O teu primeiro amor.
Cinderela das histórias
a avivar memórias, a deixar mistério
Já o fez andar na lua,
no meio da rua e a chover a sério.
Ela, quando lá o viu,
encharcado e frio, quase o abraçou.
Com a cara assim molhada
ninguém deu por nada, ele até chorou...
Então ...
E agora, nos recreios,
dão os seus passeios, fazem muitos planos.
E dividem a merenda,
tal como uma prenda que se dá nos anos.
E, num desses momentos,
houve sentimentos a falar por si.
Ele pegou na mão dela:
'Sabes Cinderela, eu gosto de ti...'
Letra e Música de Carlos Paião
fotografia de Dragonfly in www.olhares.com

Como seria a comunicação sem falar?

Fotografia de Graça in www.olhares.com

"Como seria a comunicação sem falar?
Primeiro o olhar, o encontro sedutor e misterioso dos olhos, depois o sorriso, mas não muito aberto, apenas o suficiente para dizer sim.
De seguida o passo em frente, aquele que provoca ansiedade, que nos corta a respiração, o que faz parar o tempo, o que apaga o resto do mundo.
De novo o sorriso, agora largo e franco deixando tudo o que seja dele entrar em mim e, então timidamente, o primeiro toque, o primeiro abraço, o mergulho no conforto, na segurança.
E só aí aparece, pela priveira vez, a sensação de dois num só!"

Teresa Sampaio

Espírito de Natal


É quando a noite se torna canção
e todos cantam num só coração.
É quando os olhos se lavam em fervor
que o amor é a razao de viver.
E pela paz, somos iguais.
E todos somos crianças outra vez.
Hora de dar e receber
e de abraçar toda gente que apadecer.
É quando a noite se enche de luz
e o amor pro natal nos conduz.
Os homens ficam crianças e então
Todos dividem a mesma emoção
de viver num carrossel
E a estrela guia à brilhar lá no céu
Noite feliz, noite de paz
feche os seus olhos, teus sonhos serão reais.

Música Popular
Saboreia e vive o verdadeiro espírito deste Natal.
Que o Natal seja a descoberta de uma Presença de Alegria e Paz em cada dia do Novo Ano.
Que Jesus nasça no coração de todos nós.
É o meu desejo sincero para todos, e em especial àqueles que em algum momento passaram pela minha vida.
Alegria, sorrisos e muitos Beijinhos Natalescos

Afinal o que é o Natal?

"O Natal é a festa mais influente, importante e motivadora do mundo. Todo o mundo, de uma maneira ou de outra, a celebra. O Natal é a única festa cristã que toda a gente celebra. Podemos mesmo dizer que uma das poucas coisas de que o nosso tempo gosta na Igreja é o Natal, a maior festa do mundo.
Mas, ao mesmo tempo, o Natal é a festa em que os cristãos mais resmungam. Grande parte dos cristãos passa o Natal a criticar o mundo pela forma como ele celebra o Natal. O mundo passa o Natal a comprar presentes, a comer fritos e a enfeitar árvores. Os cristãos passam o Natal a fazer exactamente o mesmo. Mas a achar que os outros, ao fazerem isso, não têm espírito de Natal.
Além disso, muitos cristãos bem intencionados desvalorizam o Natal. Eles acham que "o Natal devia ser sempre", que "Natal é quando um homem quiser" ou que "o Natal não interessa porque está destruído pelas compras e pelos banquetes". Assim, para muitos cristãos, o Natal não é a festa única que realmente é, porque deveria ser outra coisa. Tudo isto mostra que existe, sem dúvida, um mistério no Natal. Por que razão tanta gente gosta do Natal? Por que razão tantos se zangam pela forma como os outros gostam do Natal? Visto por fora, o Natal é composto pelas compras, pelos fritos, presentes e pela festa da família.
(...)
A grande maioria das pessoas que fala sobre as compras de Natal quer criticá-las. O tempo e dinheiro que se gasta nisto poderiam ser gastos de forma muito mais útil. Os presentes de Natal são uma hipocrisia sem sentido, nada significam para quem dá nem para quem recebe. Os enfeites da árvore são uma tolice que não quer dizer nada. Os fritos, esses, só fazem mal ao estômago. No fundo, estas coisas não passam de um truque capitalista para nos vir ao bolso. É difícil encontrar outra coisa tão vasta e tão influente e que, ao mesmo tempo, tantos critiquem tanto.
Mas, afinal, qual é o mal das compras, dos enfeites e dos fritos? No fundo, os presentes de Natal significam que, durante uma época do ano, nós andamos a procurar dar coisas a quem gostamos e a mostrar-lhes que gostamos deles. As festas, os jantares e os enfeites servem para nos sentirmos felizes com os outros. Tudo isso são coisas boas.
Além disso, por causa do Natal, anda tudo bem disposto, com "espírito natalício". Junta-se a família que não se vê há tempos. Somos simpáticos para os estranhos. Até damos esmo­las e presentes a desconhccidos. As empresas celebram o Natal connosco. Enfeita-se as ruas e pensa-se nos pobres. Tudo isto porque é Natal.
É claro que há muita hipocrisia, que há muito consumismo, que há muito oportunismo. Não há dúvida de que se dá brinque­dos a mais e a digestão é mais difícil. Têm razão quando dizem que frequentemente falta o verdadeiro espírito e que, além disso, deveria ser todo o ano. Mas esse mal não vem do Natal. O mal já lá estava nas pessoas. E no Natal é disfarçado, diminuído, por vezes vencido. Nós somos maus. O Natal, esse, é muito bom e até nos faz um bocadinho menos maus.
O que se passa connosco quando criticamos o Natal é que nós somos idealistas, e não realistas. Dizer que é pouco e deveria ser mais não é uma atitude cristã. O cristão sabe que sofre da mancha do pecado original e da manha da natureza humana. Se percebermos que a nossa natureza é pecadora, em vez de lamen­tarmos que só haja Natal um dia por ano, deveríamos era estar agradecidos por haver Natal.
Que no Natal, dia do nascimento de Cristo, toda a gente ande a tentar ser feliz e a ajudar os outros é uma coisa excelente. Nem sempre corre bem, mas todos fazem um esforço, por pequeno que seja. Só porque o Senhor nasceu.
Será que o Natal é mesmo a festa da família? Para perce­ber isso temos de perceber o que é a família. Não a descrição externa, que diz que a família é a célula básica da sociedade ou outras banalidades equivalentes, mas o sentido profundo e ver­dadeiro da família.
A maior força do universo é aquela que liga Deus ao Seu Verbo. Não há força mais poderosa e sublime do que aquela que une Deus a Si mesmo. Ora, quando o Verbo no-la quis ex­plicar a nós, humanos limitados, só o conseguiu dizer falando na relação entre um Pai e um Filho. O amor que une Deus a Si mesmo é um mistério insondável, indescritível, por estar muito acima da capacidade humana de entender. Mas quando Deus tentou explicar-nos isso a nós, pobres seres, só o conseguiu com referência a uma realidade bem humana: a relação filial.
(...)
Esta força que une o Pai e o Filho é uma pessoa divina. Cha­ma-se Espírito Santo.
(...)
Então, o que é ser família, hoje ou em qualquer altura? A resposta é esta: o ser humano, feito à imagem e semelhança de Deus, vive no seio da sua família uma das maiores semelhanças com o Deus Trindade. O segredo da família é o Espírito Santo. Essa Pessoa foi bem visível no Natal. Mas a manifestação do Espírito Santo no mundo é a Igreja.
(...)
O significa­do do Natal é o facto que nos revelou que Deus é, na Sua essên­cia, uma família. Os judeus conheciam bem Deus, sabiam muitas coisas sobre Ele, reveladas pelos profetas. Aquilo que Cristo nos trouxe de novidade, há 2000 anos, é algo que ninguém no mundo sabia, nem os profetas, nem os judeus: que Deus é Pai, Filho e Espírito Santo, que Deus é uma família. E, além disso, que Cris­to, para o revelar, queria constituir a Igreja. Que Deus queria fazer com os homens uma família. O que Cristo nos veio dizer, nascendo no Natal, tinha tudo a ver com a família. Assim o Natal, se o entendermos bem, é mesmo a festa da família. Porque foi com o Natal, e só com o Natal, que nós ficá­mos a saber que Deus é uma família. Foi no Natal que nasceu a Igreja, a família de Deus com os homens."
João César das Neves in Parábolas sobre Jesus

Os momentos Partilhados

Aquilo que me tocou... e ainda toca...
uma oração desajeitada...
os momentos de silêncio...
uma lareira acessa...
um rio a correr...
uma casa de memórias...
o som do vento forte...
as casas de portas e braços abertos...
um céu estrelado...
aquela guitarra e aquelas vozes...
a simplicidade dos pequenos gestos...
o medo do escuro repentino...
uma espera necessária...
um sol escancarado...
a serra vestida de branco...
o frio a entrar no corpo...
a neve solta...
aqueles cedros exuberantes...
as luzinhas ao fundo do vale...
uma surpresa a cada curva...
os olhares cumplices...
o cançaso acumulado...
os jogos mistério...
as cantorias mais ou menos afinadas...
desembrulhar dos pacotinhos...
as partidas fora de horas...
o arrepio de um toque...
a saudade de todos os momentos!

momentos eternizados...

Ainda à procura de palavras, na tentativa vã de as encontrar... sinto uma vontade imensa de deixar marca deste "pacotinho de dias", como eu lhe chamo, tanto que foi vivido e tudo com uma intensidade tal que acredito que nenhum de nós o vá conseguir esquecer algum dia!
Pequenos grandes momentos que foram partilhados e espelhados nos nossos rostos de profunda contemplação e tanta felicidade...
Mais uma vez vivi uma experiência de harmonia e verdadeira paz interior... e tudo isto porque há tanto que nos Une e que esse tanto é muito superior ao pouco que nos pode separar! Tu és aquele que nos uniu e nos continuará a unir sempre mais e mais, mesmo sem fazermos ideia do que ainda virá...
Cada lembrança, cada memória traz tanta saudade, mas também tanta alegria e deixa um sorisso sincero à nossa Alma... A verdade é que somos felizes mesmo sem nos apercebermos disso... faltam as palavras mas sobra em emoção tanta tanta que pertence talvez a uma outra dimensão que não esta em que vivemos nas correrias de todos os dias!

O peso da vida...

Fotografia de Ornella Erminio in www.olhares.com
Em cada dia, em cada momento, em cada segundo é feita uma escolha, é tomada uma decisão, é assumida uma opção... por mais ou menos inconsciente que seja, isto é o q acontece constantemente, sucessivamente... daí resultam consequências mais ou menos imediatas, mais ou menos perceptíceis, mais ou menos definitivas... é disso q se trata... de responsabilidades... de atitudes... de reflexos... de impulsos... que nos definem e desenham o nosso viver diário...
E tantas vezes nos passam ao lado... sem nos apercebermos estamos a optar, a decidir quem somos e quem queremos ser... até que um dia podemos despertar e descobrir o que o tempo decidiu por nós sem mais nem menos. Falta-nos a liberdade? De que serve tê-la se não a usarmos?